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Cuidar de quem cuida: a saúde mental do educador também importa

  • carolinereis208
  • 5 de jun.
  • 2 min de leitura

Nem sempre conseguimos colocar em palavras o cansaço que nos atravessa. Às vezes, ele aparece em forma de dor nas costas, em pensamentos acelerados antes de dormir, numa irritação fora do lugar ou naquela vontade constante de largar tudo. No ambiente escolar, onde o cuidado com o outro é um princípio tão presente, a saúde mental de quem educa muitas vezes é deixada em segundo plano. Mas o nosso corpo fala e ele apresenta sinais de que algo precisa mudar.


É cada vez mais comum ouvirmos relatos de educadores que lidam com ansiedade, distúrbios do sono, apatia, insegurança, raiva ou uma exaustão profunda que muitos ainda confundem com “preguiça”. Em especial, quero destacar um fenômeno pouco falado no Brasil: a fadiga por compaixão. Já ouviram falar neste termo? Essa síndrome descreve o desgaste emocional de quem se envolve continuamente com o sofrimento do outro. No caso dos professores, a empatia constante com os alunos e suas famílias pode se tornar um fardo silencioso — e perigoso.



Diante desse cenário, é urgente que o autocuidado do nós, educadores, se torne parte do projeto pedagógico. Não se trata de romantizar pausas ou de responsabilizar o professor por tudo, mas sim de fortalecer redes de apoio e práticas que tornem o cotidiano mais saudável. Conhecer bem os combinados da escola e retomá-los quando necessário, adotar uma postura respeitosa e coerente, saber pedir ajuda quando algo foge do controle, negociar com clareza e manter o diálogo com a coordenação, são exemplos de atitudes que protegem o emocional. Além disso, permitir-se errar, trocar experiências com outros profissionais e organizar rotinas de planejamento com mais leveza são caminhos reais de cuidado.


Cuidar da saúde mental do educador é cuidar de toda a comunidade escolar. Quando nós estamos bem, conseguimos atuar melhor em sala de aula, escutamos com mais presença, e conseguimos ser a ponte entre o conhecimento e a transformação.  

Deixo um recado final para que possamos sempre nos lembrar: não somos máquinas — somos humanos em constante construção. E todo humano precisa de apoio, escuta e espaço para respirar.



 
 
 

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